TRIGO ROXO
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" Trigo Roxo " se chama o agrupamento musical. Cada um dá ao trigo a cor que quer. Neste caso foi-lhe dada a cor dos lirios. Todavia,mesmo roxo, o trigo é sempre trigo, palavra que emociona qualquer alentejano. O termo carrega em si o mais sentido da alma do sul: o sufrimento das suas gentes camponesas, a sobrevivência, a revolta, a emigração, o grito da liberdade, o desejo de regresso.
Os cantes e música do " Trigo Roxo "consevaram a lembrançade tudo isso, instituindo-se como uma bandeira do Alentejo que os seus fundadores quiseram levar a toda a parte. O mestre Zé Gato, Vicente Cachopo, Francisco Pais, António Pacheco Afonso, (infelizmente já falecidos) e o ainda vivo Jaime Bentes sempre tiveram um forte comprometimento com a região, por isso quiseram honrar reproduzindo os seus sons, bebidos na fonte.
Os criadores partiram, mas a semente caiu em boa terra. Recuperando a herança de que muito se orgulham, novas vozes voltam a entoar no " Trigo Roxo " o mesmo hino à planície que envolve Serpa, agradecendo ao seu povo heróico o património musical que deixou e que aqui se reproduz.
Citando; João Mário Caldeira